Poesias de um sonho

"Se eu me permitir sonhar, voarei aos céus e habitarei entre as estrelas nos meus dias de solidão, mas se eu me fechar na escuridão de todos os meus medos, viverei eternamente na margem de tudo o que não fui capaz de crer. Não vai ser fácil ver meu reflexo todas as noites, sem poder ver em meus olhos o brilho de todas as luzes do universo...

Prefiro amar meu sonho, e fazer dele o mais sublime de mim mesma. E ele se fará em cada amanhecer uma nova poesia aqui dentro de mim!

Eu só quero voar..."

(Adriana M Machado)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Meu templo




Meu corpo é meu templo.
Adoro meus Deuses,
Expulso meus fantasmas,
Contemplo e velo meus amores.
Meu corpo é minha obra de arte,
 Porque nele vejo a expressão da minha própria alma.
Meus olhos não podem esconder o que trago dentro de mim,
E que se expandi no mundo ao meu redor.
Meu corpo e minha alma, juntos e perfeitos na arte da vida.
Eu vivo e aqui estou.
É assim que eu sou!

Adriana M Machado

sábado, 18 de junho de 2011

Eu nunca soube quem era você...




Você se lembra daquelas noites estranhas em que a gente se encontrava?
Eu nunca soube quem era você.
Mas era tão bom te ter perto de mim!
Saber que você estava ali, que teu amor pairava sobre o meu,
Querendo morar no meu peito,
Querendo viver o meu mundo...
Mesmo parecendo que eu não te queria,
Você tonto nem percebia
Que eu nunca deixei de te querer.
E eu nunca soube quem era você.
E mesmo eu fazendo pirraça
Fingindo não perceber,
Meu coração batia forte de alegria
Por ver teus olhos olhando pra mim.
Eles pareciam falar tantas coisas...
Coisas que penso eu,
Calaria meu choro eternamente.
E naquela madrugada mais triste de todas,
Em que derramei no teu colo minhas lágrimas tão doídas,
 Toda minha dor,
Você abraçou a parte mais fraca de mim.
Me segurou  forte,
E por um fio eu não me deixei ficar.
Teria sido maravilhoso se você não tivesse me deixado escapar...
E eu nunca soube quem era você.
Mas o sabor do teu beijo eu nunca pude esquecer,
Ele foi especial...
Foi como um eclipse na madrugada,
Que se fez sol dentro de mim, iluminando os lugares mais escondidos.
Lugares de tristeza, onde coisas recentes e já tão velhas repousavam esquecidas,
Cheias de poeira e teias de aranhas.
Como coisas velhas guardadas em um depósito abandonado,
Era assim, triste e escuro alguns pedaços de mim.
Mas você que eu nunca soube quem era,
Por um momento juntou meus cacos,
 E eu me senti quase que inteira outra vez.
E quando você segurou minhas mãos e ensaiou vir comigo,
Eu cheguei a pensar que iríamos de mãos dadas para sempre.
Eu acreditei por alguns minutos.
Mas de repente senti meus dedos se desprenderem dos teus,
E bem ali, do meu lado,
Pedaços de mim se fizeram cacos estilhaçados pelo chão.
Aquele chão escuro, frio e molhado,
Voltou a ser apenas um depósito de sonhos abandonados.
E eu nunca pude saber que é você...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Aniversário...



Hoje, era para ser um dia especial,
Um dia de festa no meu coração,
Dia de alegria,
De amor,
De perdão...
Mas estou triste, bem hoje, no dia do meu aniversário.
Dentro de mim um aperto que não sei bem de onde vem.
Não sei se é paixão,
Ou mais uma perda daquelas que nunca pude me acostumar.
Você não está aqui.
Essa é a pior parte, e acho que este é o motivo da dor.
Você virou as costas pra mim,
E sem dizer que estava indo, calou-se e se foi.
Não me ensinaram nada disso.
Não me ensinaram a desapegar,
A soltar as mãos e deixar ir...
Não sem me despedir.
Agora estou doente.
Meu corpo dói,
Minha garganta dói,
Meu coração queima de dor.
Sinto a febre chegando,
Tenho frio,
E você não está aqui pra me guardar,
Mesmo que fosse só no teu olhar.
Isso me bastaria.
Eu me pergunto onde estará aquele lugar de descanso
Que todos os dias me fazia repousar,
Mas não existe resposta pra quem nunca pôde chegar lá...
Eu sei que é tudo muito louco,
Mas quem se importa com o que é normal
Em um mundo de pura fantasia?
Eu não me importo.
Eu só sei que sinto falta do seu cheiro,
Do calor que você trouxe pro meu mundo.
Sinto tanta falta que dói cada pedacinho de mim...
Você sempre fez isso com os outros,
Aqueles que deixaram de ser interessantes,
Que se deixaram utilizar quando pra você se entregaram demais.
Mas eu não imaginei que comigo também seria assim.
Que mesmo me guardando imensamente,
você partiria de mim.
Eu nunca imaginei isso, não assim...
Daqui a pouco o dia vai nascer,
Sei que ninguém vai me cantar parabéns,
Não vou ter bolo surpresa nem velinhas pra apagar.
E a única coisa que me dói tanto,
É não ter você aqui pra me abraçar...

Adriana M Machado

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Voltei só pra te abraçar




Por alguns longos dias me ausentei
Em uma viagem que parecia infinita.
Sentindo sua falta cada minuto,
Nos abraços que eu via,
Nos sorrisos alheios,
Nas ruas tristes de lugares tão familiares e já tão estranhos para mim.
Eu via você no reflexo da taça de vinho na mesa ao lado.
Era tão doído não poder ter você comigo pra brindar o amor...
Eu via teu rosto nos sabores diferentes,
No som que alguém tocava na praça da cidade,
Uma música especial e triste.
Você estava lá, morando no meu peito em cada passo daquela viagem necessária.
Enfim chegou a hora de voltar,
Hora mais que esperada de te abraçar,
De voltar pra casa e ser feliz ao teu lado.
Foram horas angustiantes de um retorno que parecia nunca chegar.
Horas de vários disparos no peito.
De um corpo quente.
De alma aflita.
Horas de muita saudade.
Mas quando finalmente cheguei,
Pronta pra te prender em meus braços para sempre,
Você já não estava mais ali.
Eu não te reconheci.
Você se deixou ir pelo caminho contrário ao meu
 Enquanto eu tentava buscar nosso sonho.
E você simplesmente se foi.
Eu perdi você.
Foi um golpe tão forte no meu coração
Que meu corpo ficou doente.
Minha alma ficou doente.
Tudo em mim se perdeu...
Até hoje me pego com o olhar ao longe,
Pensado no meu amor arrancado de mim...
Naquele amor de mentira, de engano.
É um olhar triste de um choro preso na garganta.
Um olhar de quem apenas tenta entender algo que nunca terá explicação.
Você se foi porque nunca esteve aqui,
Porque nunca existiu.
Você nunca foi real.
Você se foi como você chegou.
Sem avisar, sem se apresentar, sem se dar.
Você se foi e levou uma parte de mim que não vai mais voltar...
E agora não sei o que fazer com as lembranças que ficaram,
Porque elas não querem partir.
voltei  pra casa pra te encontrar.
Só você e ninguém mais.
Mas nunca pude te abraçar...

terça-feira, 7 de junho de 2011

“A Águia e o Pardal”




O sol anunciava o final de mais um dia e entre as árvores estava Andala, um pardal que não se cansava de observar Yan, a grande águia.
Seu vôo preciso enchia seus olhos de admiração. Sentia vontade de voar como a águia, mas não sabia como fazer. Sentia vontade de ser forte como Yan, mas não conseguia ser.
Certo dia estava a voar por entre a mata a observar o vôo de Yan e, de repente, a águia sumiu de sua visão. Voou mais rápido para reencontrá-la, mas a águia havia desaparecido. Foi quando levou um enorme susto e deparou-se, de forma repentina, com a águia. Tentou conter o vôo, em vão; acabou batendo de frente com o belo pássaro. Caiu desnorteado no chão e, quando voltou a si, pôde ver aquele pássaro imenso bem ao seu lado observando-o. Sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram arrepiadas e pôs-se em posição de luta. A águia apenas o olhava calma e mansamente e, com uma expressão séria, perguntou-lhe:
– Por que estás a me vigiar, Andala?
– Quero ser uma águia como tu, Yan. Mas, meu vôo é baixo, pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco por não conseguir ultrapassar meus limites.
– E como te sentes, amigo, sem poder desfrutar de tudo que está além do teu alcance?
– Sinto uma profunda tristeza. A vontade  de realizar este sonho é muito grande.
O pardal suspirou olhando para o chão e disse:
– Todos os dias acordo muito cedo para vê-la voar e caçar. És única, tão bela! Passo o dia a observar-te.
– E não voas? Ficas o tempo inteiro a me observar? Indagou Yan.
– Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como tu voas. Mas as tuas alturas são demasiadas para mim e creio não ter forças para suportar os mesmos ventos que cortas harmoniosamente.
– Andala, a natureza de cada um de nós é diferente e isto não quer dizer que nunca poderás voar como uma águia. Se firme em teu propósito e deixa a águia que vive em ti dar rumos diferentes aos teus instintos. Se abrires apenas uma fresta, terás a possibilidade de vires a voar tão alto como eu. Acredita!
E assim, a águia preparou-se para levantar vôo, mas voltou-se novamente ao pequeno pássaro que ouvia atentamente:
– Andala, apenas mais uma coisa: não poderás voar como uma águia, se não treinares incansavelmente por todos os dias. O treino é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão para que possas dar realidade aos teus sonhos. Se não pões em prática a tua vontade, teu sonho sempre será apenas um sonho.
Esta realidade é apenas para os que não temem quebrar limites, crenças, conhecendo o que deve ser realmente conhecido. É para os que acreditam serem livres e quando trazes a liberdade em teu coração poderás adquirir as formas que desejares, pois já não estarás apegado a nenhuma delas, serás livre!
Um pardal poderá sempre transformar-se numa águia se esta for sua vontade.
Confia em ti e voa, entrega tuas asas aos ventos e aprende o equilíbrio com eles. Tudo é possível para os que compreendem o sentido da liberdade. Basta acreditar e confiar na tua capacidade em aprender e ser feliz com tua escolha!
Sempre acredite nos teus sonhos e nunca desistas. Voe nas asas do espírito de Deus.

Autor desconhecido.
(Texto do perfil do colégio Garra) Aqui vou praticar pra fazer real o meu sonho! Universidade aí vou eu!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Meus pés




São tantas possibilidades aos meus pés,
Tantas escolhas possíveis que estou até meio perdida.
A vida é mesmo engraçada,
As vezes nos surpreende com tudo ou nada...
Vai chegando a idade,
Aquela em que floresce a maturidade,
E por um momento tenho a sensação
De estar andando na contra mão.
Ou será que não?
Logo agora no meio de toda essa sensibilidade,
E ao mesmo tempo tanta vontade,
De fazer tudo direito,
Com mais cuidado,
Mais respeito.
Eu me calo tentando apenas respirar,
Porque sinto o ar a me faltar...
Posso construir um muro imenso em verdades,
Ou um muro maior ainda de mentiras
Com meus pés sobre as trilhas...
Posso plantar um jardim inteiro de sonhos,
Ou apenas colher as sementes que lancei pelo caminho.
Mas ainda estou na última taça de vinho!
Saboreando o gosto das sementes
Que trago aqui dentro de mim.
Sementes que todos crêem já passadas,
Envelhecidas demais pra quem é assim,
Louca assim,
Livre assim,
Bem estranha assim...
Sementes que levarão um tempo maior pra germinar,
Maior do que tudo que já vivi.
Essas sim eu quero plantar.
Mas estou ficando meio zonza,
Nos passos apressados que tenho que dar.
Corri tanto mundo a fora,
Que desaprendi o que é andar...
E os saltos que me levam na estrada,
Nesses altos e baixos do dia ou da madrugada,
São ainda desconfortáveis, apertados,
Me fazendo girar por todos os lados.
Como se me impusessem andar ligeiro
Porque o tempo está passando e vai longe,
Aqui vou eu no estrangeiro,
Mais uma vez me encontrar.
Mais uma vez brincar de amar...
E eu só sinto uma coisa.
Preciso parar,
Me calar, escutar.
Estão bem ali as pegadas que vão me levar...
É tão difícil equilibrar-se nos próprios pés!

(Adriana M Machado)

Vou descalça




Ainda assim,
 Sem saber qual direção seguir,
Onde exatamente devo ir,
Prefiro meus pés descalços.
Não quero pisar em falso.
Estou feliz desse jeito,
Calçando meus pés na estrada,
Sentindo a areia molhada.
A energia que vem da terra
Inundando aqui dentro do peito,
Fazendo meu caminho perfeito.
Passo a passo, vou descalça,
Porque quando eu me encontrar,
Pegadas não vão me faltar,
Nas histórias que trago aqui dentro.
Eu vou poder me abraçar
Na certeza que me despi tudo,
Das falsas promessas,
Do passado que morreu,
De tudo que se perdeu
E já nenhuma falta me faz.
Vou descalça, vou em paz.

(Adriana M Machado)