Poesias de um sonho

"Se eu me permitir sonhar, voarei aos céus e habitarei entre as estrelas nos meus dias de solidão, mas se eu me fechar na escuridão de todos os meus medos, viverei eternamente na margem de tudo o que não fui capaz de crer. Não vai ser fácil ver meu reflexo todas as noites, sem poder ver em meus olhos o brilho de todas as luzes do universo...

Prefiro amar meu sonho, e fazer dele o mais sublime de mim mesma. E ele se fará em cada amanhecer uma nova poesia aqui dentro de mim!

Eu só quero voar..."

(Adriana M Machado)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um amor para sempre






Esta noite me bateu uma vontade de escrever sobre o amor!
Sobre um amor que permanece em mim como uma eternidade.
É a primeira vez que escrevo sobre ele assim, poetizado...
É um amor escondido, muito bem guardado.
Um amor tão profundamente amado
Que todos os dias precisa ser reinventado...
Tem coisas que permanecem na gente ultrapassando os limites do tempo,
Dos fatos, de todos os acontecimentos.
Como se nada mais existisse capaz de fazê-lo se perder,
De ficar lá atrás,
De esquecer ou simplesmente se dissolver...
Afinal o tempo passou, e as pegadas que ficaram no passado
Quase nada tem de semelhança com o presente.
São como cacos quebrados,
Varridos, atirados.
Mas de tudo que se perdeu  por quê ele ainda permanece intacto?
Tive de perdoar tantas coisas, e outras apenas engolir!
De acordar os mais belos sonhos!
De tratar cada ferida todos os dias um pouco mais,
E depois da dor simplesmente me deixar ir...
Mas aquele amor que eu nem sabia muito bem que era amor,
Recusou-se a me deixar.
Insistiu em querer amar,
Deixou-se inventar...
Agarrou-se em mim e permaneceu
Na eternidade que se fez cada dia da minha existência.
E ainda hoje o sinto despertar,
Tão intenso como um riso de alegria no ar.
Como se todos os dias fosse dia de brincar.
Tão ingenuamente sínico e puro quanto uma criança!
Tão cheio de certeza e esperança!
Senhor dos dias que se foram,
E de todos os outros que estão por vir!
Sem medo de nada nem de ninguém,
Como todo o resto que só a ele lhe convém.
É meu amor bem guardado aqui no meu coração.
Amor que entrou sem bater e se fez dono de tudo em mim.
Amor perdido, amor roubado,
Amor proibido, amor tão querido!
Amor para sempre amado...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Gatas de rua




Estamos em três,
Novas mulheres se descobrindo outra vez.
Sonhos de astronauta,
Histórias de burguês...
Somos aquilo que vivemos; Socorro! 
A cada dia nascemos e morremos!
Talvez não seja muito difícil
Mais um pequeno sacrifício.
Dividir a mesma xícara,
Perder a cama, levar uma vida tão cigana.
Estilos diferentes,
Mistérios subseqüentes,
Mentes dementes.
Não sei, mas e daí?
Não to nem aí!
Se por acaso somos atraentes, mulheres ardentes,
Não podemos assegurar.
O tempo nos escondeu, um sumiço nos deu.
Nos trancou no porão de um choroso coração.
Aprendemos à arte de uma vida metropolitana.
A qualquer lugar, na grama, na lama, na areia da fama,
Fazemos à cama.
Seja na rua, em uma noite de lua.
Somos os anzóis, pescamos a nós.
Sempre tão juntas, cada vez mais a sós.
Somos gatas de rua, solitárias e choronas,
Amigonas e amigonas...


Adriana M Machado
(criada dia 30 de abril de 2002. Copacabana RJ)