Poesias de um sonho

"Se eu me permitir sonhar, voarei aos céus e habitarei entre as estrelas nos meus dias de solidão, mas se eu me fechar na escuridão de todos os meus medos, viverei eternamente na margem de tudo o que não fui capaz de crer. Não vai ser fácil ver meu reflexo todas as noites, sem poder ver em meus olhos o brilho de todas as luzes do universo...

Prefiro amar meu sonho, e fazer dele o mais sublime de mim mesma. E ele se fará em cada amanhecer uma nova poesia aqui dentro de mim!

Eu só quero voar..."

(Adriana M Machado)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Ela e eu




Ela, já havia algum tempo, deixou-se parar no meio da brisa,
No meio do orvalho, no meio das histórias que sonhava escondida.
Ninguém podia saber dos seus súbitos delírios de viver.
Eu olhei e ela estava assim, quieta, estagnada, sem brilho no olhar,
Sem vontade de nada.
Ela havia parado bem ali, naquele exato momento de brincar.
Naquele exato momento em que a vida parecia lhe sorrir cheia de alegria,
Onde tudo parecia estar ao alcance dos seus dedos,
Ao alcance de um abraço.
Eu tentei despertá-la à vida,
Falei algumas palavras que quase sempre fazem sentido,
Mas ela não pôde ouvir.
Havia se desligado de algo que doía demais, creio eu...
Os pássaros que cantavam naquelas árvores enormes,
Pareciam seguir no ritmo do seu coração.
Cantos baixinhos, cantos ao longe.
O vento, às vezes soprava um pouco mais forte e bagunçava seu cabelo,
E por alguns instantes eu perdia a visão da sua face,
Mas ela nem percebia o sopro do vento.
Ela havia parado, ela tinha perdido a direção do caminho.
Mas não era só aquela longa estrada que não fazia mais sentido,
Era o mundo que habitava dentro dela.
Era um mundo cruel, estranho...
Sim, ela era estranha,
Mas em um momento qualquer da sua existência,
 Ela havia se tornado, estranha demais para si mesma.
Ela havia parado no reflexo do meu espelho...