Poesias de um sonho

"Se eu me permitir sonhar, voarei aos céus e habitarei entre as estrelas nos meus dias de solidão, mas se eu me fechar na escuridão de todos os meus medos, viverei eternamente na margem de tudo o que não fui capaz de crer. Não vai ser fácil ver meu reflexo todas as noites, sem poder ver em meus olhos o brilho de todas as luzes do universo...

Prefiro amar meu sonho, e fazer dele o mais sublime de mim mesma. E ele se fará em cada amanhecer uma nova poesia aqui dentro de mim!

Eu só quero voar..."

(Adriana M Machado)

sábado, 23 de julho de 2011

Tudo nasce para a morte




Tudo nasce para a morte.
Os sentimentos fervorosos do amor, do paixão.
O nascer do sol de cada dia.
O luar e as estrelas que brilham no céu.
Das grandes e imponentes árvores à pequenas flores de um pequeno jardim.
Nós, seres racionais e irracionais.
Todas as formas de vida nascem e morrem.
Mas assim como o sol se põe para nascer de novo,
O luar, as estrelas ,
As flores, os amores,
Todas as luzes do universo,
Tudo permanece eterno nascendo e morrendo todos os dias,
Nós também, seres cheios de emoção,
Morremos pra nascer de novo.
Então prefiro olhar a morte de uma maneira diferente,
Acreditando que ela representa apenas uma passagem pra um outro estágio de vida.
Por quê não?
Nossa alma é grandiosa!
Mesmo que alguns se percam no meio de tanto sentimento,
E se entreguem às conseqüências de um coração cansado demais pra lutar,
Mesmo assim,
A alma permanece.
Somos seres cheios de luz, e não acredito que tudo isso que nos foi concedido
Seja apenas para uma única vida, esta que temos agora.
Não acredito que depois daqui não haverá mais nada, e que tudo apenas se perde.
Não, isso não.
Sei que existe um lugar em que no fim, todos nos encontraremos para um novo recomeço.
Sinto que existe vida após essa nossa rápida existência por aqui.
Por isso prefiro dizer que tudo nasce para a morte do velho, e que tudo se faz novo outra vez.
Sim, em algum lugar...

(Amy Winehouse, você se foi mas sua música te fará eterna por aqui enquanto você se faz eterna em outro lugar!)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ah que saudade



Ah que saudade eu tenho de olhar pra você!
Sentir teu cheiro que sempre foi só meu,
Te abraçar forte e descansar no teu colo,
Te beijar como a primeira vez.
Teus cabelos já estão grisalhos!
Que linda imagem te ver assim,
E sentir a mesma pulsação intensa no peito,
Sentir o mesmo amor de sempre.
Eu já sabia que seria desse jeito...
Tantos anos se passaram,
Tanto tempo sem saber nada de você
Nessa distância de mais de 9000 quilômetros
De desencantos, de lágrimas cansadas.
Nessa distância que parece infinita
E que nos separa, que quase nos divide,
Entre esse oceano imenso de saudade.
Eu tentei fugir, tentei esquecer e nunca mais olhar atrás,
Mas o tempo, a distância, nunca mudou nada de verdade.
Ah como eu amo Lisboa!
Como eu amo o fado a luz de velas,
O vinho tinto, o silêncio,
O teu abraço.
Ah como eu amo você!
Meu menino levado, brigão,
Revoltado.
Menino do sorriso dourado,
Sorriso bem preservado para aqueles que o merecem bem.
Sorriso que iluminou meu coração e me fez apaixonar.
Um amor que ficou para sempre em mim,
Grudado e bem escondido aqui dentro.
Tatuado na minha alma para sempre...
Ah como eu desejo voltar a Lisboa!
E pelas ruas apertadas de um coração apertado,
Lá pelas bandas do Bairro Alto,
Juntar meu cacos.
Meus pedaços perdidos em folhas de papel,
Em copos de whisky,
Em um abraço que ninguém nunca foi capaz de prender.
Ah que saudade da concentração Internacional de motos,
De beber até cair.
 De relaxar no gramado.
Saudade do teu olhar apaixonado...
Ah que saudade da chuva no rosto,
Do vento que me levava em tua direção
Quando eu já estava por desistir.
Ah que saudade
Das madrugadas bêbadas
Dançando nas ruas,
Amando nas ruas
Da tão sonhada Lisboa!
Ah que saudade da Avenida Liberdade...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Talvez...





As vezes queremos só um pouco de atenção, mas não pra aparecer, mas pra se esconder por um momento até que a dor passe...
Alguém que possa acolher nossas palavras, nossas lágrimas, e só.
Mas quando a dor ta profunda demais, é que percebemos que os poucos que nos ouvem nos atribuem loucos. Estamos sozinhos no meio da multidão.
É tão ruim ser bem vindo só quando trazemos sorrisos, gargalhadas, simpatia...
Por quê simplesmente não podemos ser abraçados de verdade na hora da dor que chega corroendo assim tão forte? Por que não?
Tenho uma imensa vontade de me ausentar do mundo por um tempo.
Ir pra onde ninguém me conhece, e poder sentar na relva e em silêncio ver o por do sol, ver as estrelas, olhar para Deus... Sem falar nada porque estou cansada demais pra falar.
Apenas olhar e sentir a sua presença.
Ficar por alguns dias longe de toda essa superficialidade que me afasta cada vez mais de mim...
Eu preciso tanto ficar sozinha!
Preciso tanto parar pra ouvir meu coração, que me parece ferido, triste, muito, muito cansado...
É ruim me deitar todas as noites sem ninguém pra me dar um abraço de boa noite...
É ruím lutar contra o sono da solidão.
Talvez seja por isso esses tantos pesadelos que não me deixam repousar.
é minha consciência a gritar por socorro.
É, talvez por isso tudo, a vida está se tornando sem sentido demais pra mim.
Talvez...

domingo, 3 de julho de 2011

Pessoas...




Eu não sei não, mas nos últimos tempos tenho preferido dar a vida por coisas.
 Por um jardim, um pássaro, um livro, uma música, uma poesia...
Sim, eu tenho preferido dar tudo de mim por qualquer coisa que não seja uma pessoa.
Sei que é triste dizer isso, e mais triste ainda pra quem lê.
Da uma idéia de alguém pessimista, talvez até egoísta...
Mas as pessoas me decepcionam tanto, que aos poucos vão matando minhas ilusões.
E de repente me vejo assim, sem nenhuma vontade de sonhar com pessoas.
Dói tanto a gente dar uma vida inteira por um ser, e ele simplesmente desprezar nossa existência.
Quando me lembro tudo que passei, os sonhos que tive que abrir mão, 
O ser horrível que me tornei aos olhos alheios, tudo, só por uma pessoa que pra mim sempre foi minha vida.
Como foi difícil deixar de lado a Adriana e ser o que quisessem que eu fosse,
Sem me deixar abalar, apenas ir tratando as feridas a cada dia um pouco mais,
Para que o sangue ao escorrer não denunciasse minha presença, minha dor...
O problema é que as feridas nunca saravam, pelo contrário, 
Se abriam novas feridas a cada dia um pouco mais.
Então o que me restou foi aprender a viver com elas, 
Em ataduras que com o tempo foram camuflando todo aquele sofrimento.
Porque havia um ser humano ainda tão pequeno, que a vida tirou e levou pra longe de mim,
E que o sonho de estar perto, junto, se tornou minha única razão de viver.
Fui vivendo como dava e os anos se passaram.
Esse ser humano, essa pessoa cresceu.
E quando a vida finalmente me permitiu tê-lo junto, aqui bem perto,
Muita coisa havia mudado,
E ele não me reconheceu...
Estou só, tentado levar a vida da melhor maneira que me é possível.
Tentando colorir meus dias e noites na tinta da caneta ou na ponta dos dedos...
E descobrindo que aqui dentro do peito,
Tenho preferido me prender a tudo o que não seja pessoas...
Porque elas sempre crescem, sempre se descobrem, e muita das vezes vão embora.
E eu, uma pessoa sonhadora e desavisada,
Fica assim, sozinha, olhando as paredes
E sentindo o perfume daquele tempo que pra mim parece nunca ter passado...
Jesus foi mesmo um grande herói...