Princesa

Minha princesa, na verdade não era uma princesa.

Também não era um sapo, porque sapos sabem cantar,

Mesmo que seja uma canção triste, estranha, difícil de entender.

Eles sabem cantar.

Minha princesa era mais um sonho, desses que sonhamos sozinhos.

Era algo necessário quando tudo se tornou desnecessário.

Era uma ilusão que me visitava nas minhas noites de solidão.

Era uma vontade enorme de ser abraçada!

Uma ânsia de ser amada!

O desejo de um beijo,

daqueles  que aquece até a própria alma.

Era um jeito de sentir-me flor,

Era um chamado ao amor.

Minha princesa esvaiu-se na minha frente,

Diante dos meus olhos.

E foi como um golpe muito forte no peito,

Como um corte que me fez em pedaços estirados pelo chão.

E agora, quem vai juntar os pedaços?

Quem vai ser grande o bastante

 Para juntar os pedaços de alguém tão pequena como eu?

Shiiiuuuu!!

Quero ficar em silêncio!

Preciso sentir o choro que rola na minha face.

Preciso ouvir esse gemido que sufoca lá no fundo de mim.

Preciso saber por onde se perdeu todos os meus pedaços...
(Adriana M Machado)